domingo, 19 de outubro de 2014

Faço um filme da cidade sob a lente do meu olho: Ensaios sobre Fotografia, Paisagem Urbana e Ruínas (FURG/RS, 2007)

Depois de anos... "Faço um filme da cidade sob a lente do meu olho: Ensaios sobre Fotografia, Paisagem Urbana e Ruínas", monografia que defendi em 2007 no curso de História da FURG/RS, disponível agora digitalmente...

Foi com esta pesquisa, iniciada em 2004, que tive minhas primeiras relações com a fotografia analógica e com as ruínas: com as ruínas através da fotografia... Pois foi com a fotografia que aprendi a ver... e com as ruínas, que percorri os entrelaçamentos entre memória e esquecimento.

Se hoje me aproximo cada vez mais das artes visuais, no sentido de desenvolver um trabalho autoral que está sempre impregnado pelo conceito da passagem do tempo na matéria, utilizando a fotografia como linguagem, é porque tive este percurso que me constitui, e por mais sofrimento que tenha sido gerado ver apropriações deste trabalho, aqui estão as casas-mudas de 2007, num retorno das cinzas... Foram anos para entender que este percurso ninguém rouba.


https://www.academia.edu/8851519/Faco_um_filme_da_cidade_sob_a_lente_do_meu_olho_ensaios_sobre_Fotografia_Paisagem_Urbana_e_Ruinas

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sexta-feira, 18 de julho de 2014

Matéria, memória, ruína: Exposição na Galeria da Ponte (NAVI - UFSC)



A convite do NAVI – UFSC (Núcleo de Antropologia Audiovisual e Estudos da Imagem da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC), foi proposto o trabalho Matéria, memória, ruína
Este consiste na apresentação de três banners que criam uma narrativa sobre as ruínas urbanas na região sul do Rio Grande do Sul, pesquisa esta desenvolvida por Beatriz Rodrigues desde 2004, iniciada na sua graduação de História na FURG (Universidade Federal do Rio Grande)*. 

Os banners foram expostos aos visitantes da Galeria da Ponte do NAVI, um espaço cultural localizado no primeiro andar do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da universidade, destinado a exposições documentaristas e etnográficas. A exposição esteve em cartaz do dia 11 de junho até 11 de julho.

São dois blocos de imagem e um bloco de texto. Nestes, a tentativa de reunir diferentes imagens e intercessores conceituais que mapeiem o que foi a pesquisa durantes estes 10 anos, quais olhares já se fizeram presentes, quais perspectivas, quais possibilidades a seguir. No texto, é perpassada a noção de pesquisa cartográfica em conjunto com a pesquisa etnográfica, demonstrando que as imagens são mais que um registro, uma produção cartográfica sobre a cidade. 

São apresentadas imagens dos primeiros momentos da pesquisa, de 2004, quando justamente se deu o encontro com a fotografia, através da prática da fotografia analógica em P&B e color, até fotografias mais atuais, feitas em processo inteiramente digital, ou em analógico utilizando filmes cromo 135mm.

Mais informações sobre o trabalho em:



Fotografia: Leticia Mokva 
(clique para melhor visualização)


 Série de fotografias em P&B 135mm
(clique para melhor visualização)





Matéria, memória, ruína - seção textual
(clique para melhor visualização)



 Série fotografias coloridas
(clique para melhor visualização)



* Como resultado, o TCC em Bacharelado em História (Furg, 2007), de título “Faço um filme da cidade sob a lente do meu olho: ensaios sobre fotografia, paisagem urbana e ruínas” está hoje disponível para leitura no Centro de Documentação Histórica da FURG, e também digitalmente, no site Academia.Edu, através do seguinte link: 
https://www.academia.edu/8851519/Faco_um_filme_da_cidade_sob_a_lente_do_meu_olho_ensaios_sobre_Fotografia_Paisagem_Urbana_e_Ruinas
 

quarta-feira, 25 de junho de 2014

A ALMA DAS CASAS - Release da exposição


“A alma das casas”, um ensaio poético sobre as casas que foram demolidas na cidade de Pelotas


Beatriz Rodrigues assina a exposição “A alma das casas”, com abertura dia 03 de julho e visitação até 22 de agosto, na Galeria Antônio Caringi, no Casarão 2 da SECULT, em Pelotas.


Após tantas incursões pelas ruínas, era como se estivesse, pela primeira vez, encontrando a alma das casas, morando nos objetos remanescentes da casa-morada-do-afeto; um arrebatamento sensorial, a vertigem do vazio (pleno de sentido) de tantas destruições, impregnadas, ali, na matéria do que restou...


A alma das casas é uma cartografia de passos, imagens e algumas palavras: Uma narrativa visual de deslocamentos no interior do barracão de vendas de uma demolidora em atuação na cidade de Pelotas (Rio Grande do Sul, Brasil) há mais de 30 anos. 




Cartaz da exposição "A alma das casas", de Beatriz Rodrigues. 

Uma produção Murmúrios Azuis

(Clique na imagem para melhor visualização).


Esta mostra é o resultado de um trabalho de pesquisa iniciado em 2011, na então disciplina “Percursos Poéticos”, da especialização em artes visuais da UFPEL, ministrada pela artista visual e Profª Drª Duda Gonçalves, que atua como curadora desta exposição. Em 2012, este projeto foi um dos selecionados no edital de ocupação das galerias da SECULT.

A alma das casas é o desdobramento de um trabalho de pesquisa maior, iniciado em 2004, sobre as ruínas nas cidades da região sul do Rio Grande do Sul. Desde então a fotografia tem sido o meio de conferir visibilidade a estes lugares que deflagram o conflito temporal passado x presente, na realidade do abandono e do esquecimento. Em A alma das casas, porém, o foco não está nas casas em estado de arruinamento, mas nas imagens dos objetos remanescentes das casas que já foram destruídas, e que ainda são vendidos, dotados de um valor mercadológico, expostos no barracão da demolidora. 

A experiência na demolidora trata deste arrebatamento sensorial, de perceber o empilhamento das memórias ligadas à matéria “do que restou”. Através das imagens, trabalha-se um ponto em que os objetos sejam compreendidos como uma reminiscência, capaz de trazer a memória da casa como uma metáfora a pensarmos o universo primeiro que constitui a nossa subjetividade – a casa primeira
  
Já dizia Bachelard em A poética do espaço: “A palavra hábito está demasiado desgastada para exprimir essa ligação apaixonada entre o nosso corpo que não esquece e a casa inolvidável”. E para quando a casa não mais existe materialmente, o que seria das lembranças deste local que exprime os mais profundos valores de abrigo? Seria a casa apenas um amontado de tijolos, paredes desfeitas e uma regra geometrizada, a impor limites? Os espaços de proteção, as casas, lugares dos sonhos primeiros e das lembranças mais recônditas, nunca deixam de existir. Aquilo que resta da casa, aquilo que permanece, enquanto dotado de um valor econômico, passível de circulação, são os restos de intimidades: desde os azulejos cobertos pelo mofo da constante umidade, até sobras de madeira de armários empoeirados pelo tempo. Estes espaços outrora vivenciados, agora desfeitos, habitando um grande galpão, são os restos desta topografia do ser íntimo, formadoras de uma possível imagem da casa-que-foi.

Esta exposição faz parte da programação em comemoração ao aniversário da cidade de Pelotas, e também fará parte da programação em comemoração ao Dia do Patrimônio, promovidos pela Secretaria de Cultura de Pelotas.




SERVIÇO 

Exposição A ALMA DAS CASAS, de Beatriz Rodrigues. 

Curadoria de Duda Gonçalves. 

Abertura dia 03 de julho às 19h, na Galeria Antônio Caringi (Casarão 2, da SECULT – Pç. Cel. Pedro Osório, n.2. Pelotas/RS). 

Visitação de 04 de julho a 22 de agosto (de segundas a sextas, das 8h às 18h30). 

Produção: Murmúrios Azuis - http://murmurios-azuis.blogspot.com.br 

Apoio Cultural: Go Image 

Realização: Secretaria de Cultura de Pelotas (SECULT) 




 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Abertura da exposição "Mais além do fim do mar" - Algumas palavras...

Sábado, primeiro de fevereiro, foi a noite de abertura da exposição fotográfica Mais além do fim do mar, no ArtEstação. No desenvolvimento de uma poética singular que tem como linha narrativa a potência do gesto e dos diferentes tons de azul, a exposição segue aberta à visitação até o dia 28 de fevereiro e apresenta 30 imagens sobre os rituais em celebração à Iemanjá que acontecem anualmente na Praia do Cassino, em Rio Grande/RS. 


 Cartaz da exposição Mais além do fim do mar


Estas imagens foram fruto de uma pesquisa em fotografia de quatro anos, trabalhando com o registro de diferentes aspectos dos rituais: sempre no dia primeiro, acompanhando os rituais na sua completude, desde a abertura dos trabalhos, até a entrega das oferendas ao mar.


Texto da exposição
(Clicar na imagem para melhor visualização)


 A própria abertura, no dia primeiro, também foi uma celebração ritualizada: davam-se os rituais à beira-mar, enquanto isto, na entrada do Cassino, os passantes eram recepcionados com a sessão de projeção do acervo da pesquisa nas paredes externas do ArtEstação, juntamente da vídeo instalação mappeada Re)fluxo(, da Kinguio CasaArtStudio, produtora parceira de São Paulo, convidada para interagir imageticamente junto à sessão de projeção. Essa sessão de projeção do acervo da pesquisa foi concebida como uma extensão da própria exposição, pois nesta foram apresentadas 118 imagens também significativas do processo de pesquisa, mas que não fazem parte da exposição fotográfica apresentada na Galeria superior do ArtEstação.


Acima, a vídeo instalação mappeada Re)fluxo(, uma criação de Daniela Pinheiro e Patricia Camelatto, 2013.
Abaixo, imagens do acervo da pesquisa Mais além do fim do mar, de Beatriz Rodrigues, 2009-2012.
Foto: Daniela Pinheiro - Kinguio CasaArtStudio


Agradeço imensamente à acolhida do ArtEstação, em especial à querida Celinha (Célia Pereira), por ter apostado na viabilidade da apresentação deste trabalho desde o início, e também às amigas Dani Pinheiro e Pati Camelatto, por terem somado muito com seu axé na noite de abertura!

Agradeço aos apoiadores culturais que viabilizaram a apresentação deste trabalho: GOimage, Restaurante da Quinta, Secretaria de Município da Cultura e Tao Pilates.

Agradeço também à mídia local, que tem cedido um espaço muito especial à apresentação deste trabalho: ao E-Cult, que publicou nosso release, ao Tuco-Tuco, que publicou a primeira entrevista, ao Jornal Agora, que publicou matéria e entrevista, além da imagem de capa do caderno "Mulher Interativa" e ao Jornal Diário Popular, que publicou matéria sobre a abertura da exposição.


Para conferir mais imagens da noite de abertura, basta clicar no álbum Abertura da exposição "Mais além do fim do mar", publicado no Flickr. 


Fotografias por Daniela Pinheiro - Kinguio CasaArtStudio.

Abertura exposição Mais além do fim do marAbertura exposição Mais além do fim do marAbertura exposição Mais além do fim do marAbertura exposição Mais além do fim do marAbertura exposição Mais além do fim do marAbertura exposição Mais além do fim do mar
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Acervo Mais além do fim do mar


















Lembrando que a exposição Mais além do fim do mar segue aberta à visitação da comunidade até o dia 28 de fevereiro no ArtEstação (Av. Rio Grande, n. 500, Praia do Cassino). 

Horários de visitação: De Segunda a Sexta e aos Domingos, das 18h às 22h.
Expediente também nas Quartas e Sextas, das 08h às 12h, e nas Segundas e Quartas, das 14h às 18h.

ODOYÁ!!! <3